quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Moon Dana

No outro lado do bar ela se esquiva sobre a mesa
Segura o taco como se segurasse uma rola
Faz biquinho e careta quando erra como se estivesse levando a rola
E beija e seduz o babaca que está bancando a cerveja

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Knife Party

Deftones pra estourar o cérebro do idiota que ousou não gostar

Banquet

Nono andar já é bastante
A subida pela escada é exaustiva
Gordo e sedentário quase morre do coração
Transpira até por poros inexistentes
Na sala de estar
Urubus o aguardam pro jantar

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Coincidência

– Léo, comecei ontem a ler o livro “Onde foi que vocês enterraram nossos mortos?”.
– Orra, massa. Mas de quem é o livro?
– Do Aluízio Palmar.
– Sim, sim. Mas o exemplar de quem é?
– É dele também.

Uhmm...é na casca então?

– Tomei suco de maracujá e estou morrendo de sono.
– É tudo pira. Tudo psicológico.
– Mas como, se estou morrendo de sono?
– A substância que dá sono está presente na casca do maracujá e não na polpa.
– Uhmmm...
– É tudo psicológico. É tipo manga com leite.
– Puta merda...

À minha mãe

Eu poderia falar sobre várias deusas da mitologia
Poderia falar sobre Ísis, Afrodite, Hera, Shiva Vishnu, Lashmi, Jaci, Trebaru
Poderia falar ainda sobre Nujalik, Pukkeenegak, Alemona, Atlacamani, Átis, Leto, Ninlil, Bellona, Aulanerk, Nekhbet, Elli, Nantosvelta, Syn, Nu Kua e Coatlicue
Tantos nomes difíceis
Tantas causas e paixões
Tantas deusas inesquecíveis
Mas nenhuma melhor que a Deusa Fátima
Minha ilustríssima mãe

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Incontestável

- Me passa a faca
- O que você vai fazer?
- Anda, me passa a faca. Estou mandando.
- Pelo amor de Deus, Fidel.
- Cala essa boca, vadia.
- Sai, deixa que eu mesmo pego.

Poesia em carne e osso

Não há folha em branco
Que branco permaneça
Se eu pensar em você
Você é a própria poesia!

Descolorido

Tento colorir o meu dia
Mas lápis de cores sempre quebram a ponta

Pré-julgamento

Atravesso a rua e paro na calçada
Converso com um mendigo ali parado
Fico feliz ao saber que ele sabe escrever
Peço-lhe que escreva para mim
Dou-lhe um papel e uma caneta
Digo-lhe o meu nome
“Um grande abraço ao meu melhor amigo, Robson”
Lágrimas vêm abaixo e abraço o meu melhor amigo

No Tears

Tristeza No peito dos outros Não chora