segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Vivemos ou não, sonhamos

É nessas horas que a gente pensa no que escrever
Na madrugada
Com a cabeça fria. Às vezes nem tão fria assim, mas...
É a hora que refletimos sobre todo o hoje.
Ou já seria todo o ontem?
Enfim... refletimos.
Felizes ou não, sonhamos.
Choramos ou não, sonhamos.
Rimos ou não, sonhamos.
Vivemos ou não, sonhamos.

Adoro o Tarantino!

Categoricamente ela ajeitou a mexa de cabelos atrás da orelha esquerda. Inclinou a cabeça um pouco para a direita e me fitou bem nos olhos. Estava concentrada me ouvindo falar.
Eu falava sobre o Tarantino. O Quentin Tarantino. Todo eufórico. Falando sem parar. Cães de Aluguel. Jack Brown. Kill Bill. O um e o dois. E ela ali, ainda concentrada e me sorrindo quando contava algo engraçado, alguma cena de algum dos filmes. A do Pulp Fiction, por exemplo, quando eles, e o próprio Tarantino, desta vez atuando, tem de limpar o carro todo ensangüentado.
E ela continuava na mesma, cabecinha inclinada para a direita, fitando, e bem, os meus olhos e me sorrindo. Não falava um ai.
– Grind House. Você viu que saiu? Filme novo dele.
– Anrã.
– Então, tenho que ver. É em parceria com o Robert Rodriguez, o mesmo do “Albergue”, saca?
– Anrã.
– Qual o filme que você mais gosta dele?
– Nunca vi nenhum.
Desgraçada. Achou que o Tarantino fosse quem? Filha da mãe. Cara de pau. Me olhando daquele jeito, tipo uma coruja. Apaixonada de merda. Nem pra me mandar calar a boca.
Enfim, quebrei o silêncio e pontuei a conversa com um desgostoso “adoro o Tarantino!”.

No Tears

Tristeza No peito dos outros Não chora