quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Numa roda de gaiolas

Tem que se ter uma posição mais convergente
Entre o passo que se firma e o que se suspende
Corrigindo o fato falho
Alienado caso raro
De Che a Guevara, a aliteração que se forma
De sistema igualitário à falta de transigência
Suposições sobre fatos insuspeitos
Cotidiano vagabundo no colo dos malandros
Na subversão da matéria
Ao caco que se forma, ou sobra ou acaba
Da rapidez com que se fala
E a lentidão com que se entende
É o falo seco
Numa roda de gaiolas, ou loiolas ou violas
Cale-se. Vai embora.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Era uma promessa...

Carregou um saco de pedras nas costas e pisou sobre as britas com os pés descalços
Sangrou a sola do pé que ficaram em carne viva
Era uma promessa...
Caminhou treze quilômetros sob o sol escaldante
Caindo por vezes no caminho
Era uma promessa...
Rezava baixo e olhava sempre para um ponto fixo no horizonte
Chorava por algumas vezes, mas estava sempre sorrindo
Era uma promessa...
Sofrimento? Que nada!
Andava satisfeito, pois estava realizando o seu objetivo
Era uma promessa...
Sorridente, carregando o saco de pedras nas costas, sangrando o pé e suando em bicas, lá ia o homem...
Pagando uma promessa...
E depois, depois de um bom tempo, nem ele mais sabia
Mas era uma promessa!
***
P.S.:
Observação do autor: Final sugerido por Fabiane Colling.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Com as mãos em riste!

Caracterizado pela mão direita do homem
Indiciado pelo vício característico da mão
Da atitude malandra de passar a mão no homem
Da mão sacana de levar o homem à mão
De passar a mão e investir na vida do homem
Do homem que lembra que tem mãos para investir
De malandro com a mão no bolso se caracteriza
Do bolso sai o vício que para a mão se leva e investe malandramente indiciando a atitude da vida do homem caracterizado
Com a mão em riste ele vai... vai longe!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Muito estranho!

Tal como um floco de neve
Tal como um monte de entulho
Tal como um Chico Buarque
Tal como um Keith Richards
Tal como um Lúcifer
Tal como um Deus
Assim ele se faz e se desfaz
Simples assim!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Conhecimento

Defendo com unhas e dentes
Que o conhecimento deve ser difundido
Com a rapidez que cresce uma unha
E com a força da mordida dos dentes

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

No terceiro parágrafo da página 143

O Cavaleiro Andante apenas sonha
Caufield só sabe criticar
Henry Miller se diverte com as putas
E Winston chora pelo grande irmão

Dom Casmurro foi traído
O Santo Graau foi descoberto
Sofia descobre que é uma personagem
Hans Thomas vê o mundo através da lupa

Carter luta contra os monstros de Lovecraft
Jostein Gaarden dá vida às cartas
Alice no mundo das maravilhas
E eu detesto Paulo Coelho

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Hoje eu caio na graça do povo

Afinava a voz e a ansiedade
Conferia a lisura do terno engomado
Último retoque no cabelo cheio de gel, penteado para trás tipo um mafioso do Godfather
Frio na espinha. Tremedeira. E certa dor de estômago
Controlava a tensão apertando os dedos
"Meus eleitores". "Milhares de votos". "Hoje eu caio na graça do povo", pensava ele ao repassar mentalmente o discurso do dia
- Senhoras e senhores, recebam a agora o nosso ilustre político Vlademir Barbosa.
Caminhou com passos firmes até o microfone, saudando com a mão direita a multidão e exibindo um largo sorriso
- Boa noite!
- Úuuuuuuuuuuuhhh. - E a vaia ecoou pelo ginásio inteiro.
Pobre político.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Seu Osvaldo, o barbeiro

O homem entrou na barbearia, sentou na cadeira, inclinou-se para frente para chegar mais perto do espelho, deu uma passada de mão nos cabelos, alisou a barba e reclinou-se para trás, encostando-se na cadeira:

- Quero que faça minha sobrancelha - disse a voz grave do homem.

Naquele momento um silêncio constrangedor ganhou a barbearia. Seu Osvaldo, o barbeiro mais competente da cidade, aquele mesmo que já aparou o bigodão do José Sarney nos anos 80 quando este visitou a cidade, homem sério, 53 anos, 35 só de profissão, Sr. Osvaldo, casado, pai de duas filhas a quem educa no melhor estilo sulista de ser, nunca imaginou, ao longo da sua vida profissional, se deparar com tal situação.

Acostumado a fazer a barba e cortar o cabelo dos velhos amigos, como o Seu Alfredinho que foi o seu primeiro cliente e até hoje, religiosamente, vai uma vez por semana na barbearia do amigo. Do Marcelão, o mecânico do bairro. Do Carlos Galhardo, vereador na cidade. Do Juca Padilha, o piloto de aviação, que, sempre quando pode, dá um jeito nas madeixas com o velho Osvaldo, como ele gosta de chamar. Do prefeito da cidade que tem horário preferencial, entre tantos outros amigos e clientes que por ali passam, Seu Osvaldo se viu numa enrascada com o homem sentado a sua cadeira.

O tradicional cabeleireiro é tão conceituado que os pais, desde cedo, levam os filhos para cortarem o cabelo com ele, como é o caso da família do Freitas, ex-jogador profissional de futebol, que há três gerações só vai ao Seu Osvaldo quando o assunto é beleza.

Agora, tirar a sobrancelha. Essa situação, em 35 anos de profissão o Seu Osvaldo nunca tinha passado. 'O que vão pensar os meus amigos se chegarem aqui e eu estiver tirando a sobrancelha de um baita marmanjo, tchê', pensou Seu Osvaldo. 'Era só o que faltava, porco dios'. 'Essa eu vou ter que contar hoje à noite lá na canastra'. 'Puto de merda'. Em 10 segundos, o tempo que durou o silêncio constrangedor o Seu Osvaldo foi rodeado por questionamentos, afirmações e dúvidas, até que tomou coragem para falar alguma coisa e quebrar o gelo.

- O senhor disse sobrancelhas?

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O dia que não existiu

– Extra, extra, não há notícia na manhã de hoje.
– Extra, extra, nada aconteceu no dia de ontem.
O vendedor de jornal anuncia sem muita força e sem muita vontade a maior novidade dos últimos anos na pequena cidade: a imprensa parou, não houve notícia alguma para ilustrar as folhas do jornal do dia seguinte.
A cidade toda se espantou. Nem piadas, nem receitas, nem previsão do tempo, nem futebol, nem coluna social, tampouco política, economia ou notícias populares. A data de ontem simplesmente não existiu na pequena cidade.
O padeiro esperou o jornal pela manhã. Não veio.
O empresário, ainda de pijamas, abriu a porta para pegar o jornal, sempre deixado no tapete de entrada. Não veio.
O porteiro do prédio esperou ansioso pelo jornal logo na primeira hora do dia. Não veio.
Todas da pequena cidade ficaram surpresos com tamanha novidade. Não havia notícia para ser lida. Não havia informações novas para serem conversadas no ponto de ônibus, na fila do pão, na mesa do bar. O dia de ontem simplesmente não existiu e a grande notícia do dia foi, realmente, o fato de não haver notícia que ilustrasse uma página sequer do jornal da pequena cidade.
– Extra! Extra! O dia de ontem não existiu. Não há jornal para se ler no dia de hoje.
Anunciava o menino vendedor de jornal.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Vita Brevis

Acredite, ainda há espaço neste álbum de fotografias
Basta usar o seu melhor sorriso
Seu melhor suéter
E lembrar que ainda é muito bom viver

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Amargo

Naquele dia em que ele foi obrigado a confessar
Choveu dores no peito e lágrimas sobressalentes em seus olhos
Jamais pensou em ter que optar pela vida ou pela verdade
Sofrera como jamais havia sofrido
Relembrou de velhos códigos, estratégias, conversas secretas
Das ameaças e das fugas
Das batalhas e das intrigas internas da guerilha
Sonhou em não estar ali naquele lugar
Fechou os olhos e se imaginou longe, bem longe
Que aquela arma na sua cabeça era apenas mais um dos rigorosos pesadelos que era acometido desde aqueles tempos idos
Abriu os olhos vagarosamente, querendo não enxergar o coturno embarrado a sua frente
Milímetro a milímetro os olhos foram se abrindo e o coturno sendo desvendado
Não era um sonho, não era um pesadelo. Era a dura realidade.
A vida ou a morte?
Não confessar e morrer?
Confessar e ser um sobrevivente vexatório?
Muitas perguntas lhe acometiam a mente. Ele tremia. Devia estar pálido, com os olhos fundos.
A última pergunta. O saco na cabeça seguido de uma coronhada. O último berro do general. O engatilhar da arma.
- Eu confesso.... eu confesso... pelo amor de Deus....

terça-feira, 10 de junho de 2008

Foz do Iguaçu, uma fantástica cidade que precisa entrar nos eixos

Ao completar 94 anos de emancipação política, Foz do Iguaçu, se comparada a um ser humano, já estaria na melhor idade, agora, perto dos grandes centros urbanos e das capitais do nosso país, a Terra das Cataratas, ainda é uma jovem cidade.
Famosa por viver e se adaptar a ciclos econômicos e sociais, Foz do Iguaçu justamente por esses ciclos, abriga atualmente mais de 80 etnias em uma população que ultrapassa 310 mil habitantes.
Essa diversidade cultural, marca registrada da nossa população, agregada a fatores como a localização em uma das três fronteiras mais conhecidas do mundo formada por Foz do Iguaçu, no Brasil, Puerto Iguazú, na Argentina e por Ciudad Del Este, no Paraguai, e a atrativos turísticos inovidables como as Cataratas do Iguaçu e a Itaipu Binacional, fazem de Foz uma atraente cidade para o turismo e para investidores. Fato que pode ser comprovado pelo título da Embratur de segundo destino turístico mais procurado por estrangeiros que vêem ao Brasil, perdendo apenas para o Rio de Janeiro. E ainda, pelos registros anuais de mais de um milhão de visitantes no Parque Nacional do Iguaçu, onde está localizada as Cataratas do Iguaçu.
Já os investidores potenciais podem ser vistos pelo comércio da cidade. Marcas como a rede de supermercado Big e Makro Atacado instalaram-se recentemente em Foz. Neste ano a Peugeot e a Mitsubishi abriram as portas na cidade e hoje, formam um quadro de revendas de carros com marcas tradicionais no ramo automobilístico como a Fiat, Chevrolet, Nissan, Renault, Ford, Mitsubishi, Kia, entre outros. E, quem passa pela marginal da BR 277, na altura da Auto Foz, já pode ver que a Citroën está preparando o terreno para também ser mais uma empresa que confia e visualiza bons negócios em Foz do Iguaçu.
A Construtora JL foi outra empresa que deu seu voto de confiança à cidade ao terminar com o lendário esqueleto de shopping na esquina da Avenida Paraná com a República Argentina, e eis que nasceu o Cataratas JL Shopping que trouxe para o conforto dos iguaçuenses, marcas poderosíssimas como a rede Americanas, Bob’s, Giraffas, entre outros.
Méritos para a cidade que é vista como um bom lugar para se investir e méritos para a nossa população que é considerada um bom público alvo. Mas aí vem a pergunta: o município realmente dá a contrapartida para atrair mais investidores (considere também os turistas) e para mantê-los ‘vivos’ por aqui?
A resposta pode ser iniciada com o termo “fica a desejar”, pois o orçamento destinado a Secretaria de Turismo é muito aquém do que uma cidade turística necessita para divulgar os seus atrativos no Brasil e no exterior. O nosso Centro de Convenções, ainda hoje, não tem nem ar condicionado para combater os 40 graus que fazem no Verão. O aeroporto, até hoje, espera por uma reforma (este também não tem ar condicionado) na sua estrutura e também na pista de pouso. A BR 469, trecho até as Cataratas do Iguaçu, também não viu a sua duplicação acontecer e o discurso para tanto virou apenas promessa de palanque. O que se vê ao transitar pela BR 466 são buracos, má sinalização, falta de acostamento, e uns piscinões d’água abertos no início de sua fracassada reforma embargada por uma licitação mal elaborada. Há também o projeto de reforma e paisagismo da Avenida das Cataratas, que leva até a BR 466, conduzindo até o Centro de Convenções, aeroporto internacional, Parque das Aves e Parque Nacional do Iguaçu, tendo, como fim da linha, as Cataratas do Iguaçu, Patrimônio Natural da Humanidade tombado pela Unesco.
Agora imaginemos todas essas reformas concluídas. Imaginou? Eu também! Não seria por aí o início da transformação que tanto sonha os iguaçuenses e os jovens que aqui vivem? A cidade cresceria imediatamente apenas com essas ações que, diga-se de passagem, já estão todas no papel, já foram todas anunciadas na imprensa, já foram todas calculadas em cifras e, já foram todas empurradas com a barriga, deixadas para depois, por culpa de má administração, por culpa de licitações mal resolvidas e ainda por culpa da falta de representação política em Brasília.
A jovem cidade de Foz do Iguaçu, ainda que muito jovem precisa agir como adulto, para que os nossos jovens não tenham que ir realizar os seus sonhos em outras cidades, longe de casa, dos amigos e, principalmente, longe da família. O que precisa entrar nos eixos é justamente esse alinhamento de idéias e ações, pois se há investidores, se há turistas vindo à Foz, então precisa-se, urgentemente, de mais visão dos nossos governantes.
Enchamo-nos de esperanças e brindemos os 94 anos de Foz do Iguaçu.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Pano de fundo

O Portishead é quase um grito de socorro
O headphone me a ajuda a isolar o ingrato
Se o telefone tocar, não vou escutar
Sustento-me em suplícios e palavras soltas no ar
Do outro lado da janela, a do pvt, uma pessoa de verdade
Por detrás das paredes de concreto, n’outra sala
Uma suposta realidade
Diga amém, meu bem e finja ser quimeras de alguém

terça-feira, 25 de março de 2008

Triste final de noite

Mais tarde, bem mais tarde da noite, ele assopra a última vela romanticista. Coloca os pratos e os talheres sujos junto com as taças e a louça do jantar tudo dentro da pia. Vai caminhando tristonho e pensativo para a sala. Nem quer mais beber. Nem quer mais fumar. Desliga o som da sala – relutou pra desligar, a música era uma das preferidas. Mas não, a solidão lhe pegou de jeito. A noite havia sido um fracasso. Ele conseguiu estragar tudo. De um jantar romântico a um... sei lá o que... desastre total. Deitou-se no tapete da sala e a sua única companhia era uma luz meio alaranjada que insistia em incidir por entre as cortinas e formar sombras bruxuleantes nas paredes. Olhou para o teto... e olhou, olhou e olhou. E tudo que pensava era sobre o nada. Não conseguia pensar em nada. Devaneava sobre o nada. Queria até poder sonhar com uma noite diferente, com um final feliz com a garota que convidou para jantar. Mas não, fez tudo errado e o final lhe rendeu apenas à solidão imediata sem fugas rápidas nem entre os equilibristas de copos nos balcões dos bares próximos.

domingo, 23 de março de 2008

Pink Cell Phone

Ela disse ´já te ligo' e eu pensei 'não vai ligar'. Não ligou!
Eu disse 'pode ligar' e ela pensou 'depois eu ligo'. Ela não ligou!
Os outros disseram 'ela vai ligar' eu pensei 'talvez ela ligue'. Nem ligou!
Minha mãe disse 'daqui a pouco ela liga' eu meus irmãos pensaram 'duvido que ela ligue'. Jamais ligou!
Meu pai me disse 'ela não vai ligar' eu pensei 'ah.. sei lá'. Realmente não ligou!
Ela pensou 'vou ligar' e minha irmã falou 'telefone para você' e eu falei 'diga que não estou'. Nunca mais ligou!
E ela falou pra sua mãe 'ele mandou dizer que não estava' minha irmã falou 'você é um burro' meus irmãos perguntaram 'por que não atendeu?' minha mãe disse 'tadinho do meu filho' meu pai resmungou 'tem milhares por aí' e eu pensei 'me deixem em paz'.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Ponto final

O cabelo negro tingiu a pele branca a essas alturas já meio rosada
As unhas cravaram nas costas
Os olhos se fecharam
A boca se abriu sem lançar som
Era o ponto final

quarta-feira, 12 de março de 2008

Sem ele...

Certeza, tampouco confusa
Acendia, levemente apagada
Sorria, um tanto madura
Jurava, com os dedos cruzados
Sonhava, com o homem do lado
Caminhava, até mal amada
Olhava, já censurada
Corria, um tanto cansada
Deitava, meio dormida
Acordava, quase com sono
Vivia, olhando viver

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Vivemos ou não, sonhamos

É nessas horas que a gente pensa no que escrever
Na madrugada
Com a cabeça fria. Às vezes nem tão fria assim, mas...
É a hora que refletimos sobre todo o hoje.
Ou já seria todo o ontem?
Enfim... refletimos.
Felizes ou não, sonhamos.
Choramos ou não, sonhamos.
Rimos ou não, sonhamos.
Vivemos ou não, sonhamos.

Adoro o Tarantino!

Categoricamente ela ajeitou a mexa de cabelos atrás da orelha esquerda. Inclinou a cabeça um pouco para a direita e me fitou bem nos olhos. Estava concentrada me ouvindo falar.
Eu falava sobre o Tarantino. O Quentin Tarantino. Todo eufórico. Falando sem parar. Cães de Aluguel. Jack Brown. Kill Bill. O um e o dois. E ela ali, ainda concentrada e me sorrindo quando contava algo engraçado, alguma cena de algum dos filmes. A do Pulp Fiction, por exemplo, quando eles, e o próprio Tarantino, desta vez atuando, tem de limpar o carro todo ensangüentado.
E ela continuava na mesma, cabecinha inclinada para a direita, fitando, e bem, os meus olhos e me sorrindo. Não falava um ai.
– Grind House. Você viu que saiu? Filme novo dele.
– Anrã.
– Então, tenho que ver. É em parceria com o Robert Rodriguez, o mesmo do “Albergue”, saca?
– Anrã.
– Qual o filme que você mais gosta dele?
– Nunca vi nenhum.
Desgraçada. Achou que o Tarantino fosse quem? Filha da mãe. Cara de pau. Me olhando daquele jeito, tipo uma coruja. Apaixonada de merda. Nem pra me mandar calar a boca.
Enfim, quebrei o silêncio e pontuei a conversa com um desgostoso “adoro o Tarantino!”.

No Tears

Tristeza No peito dos outros Não chora