segunda-feira, 30 de maio de 2011

Coisas do futebol

Realmente tem fatos que deixam a gente com a sensação de quem nem tudo está perdido. No último sábado, assistindo a final da Liga dos Campeões entre Barcelona e Manchester United aconteceu algo que, sinceramente, me emocionou muito.

O Barcelona estava ganhando o jogo por 3x1 e, no final da partida, o técnico Pep Guardiola colocou em campo o então capitão do time, o cabeludo com cara de roqueiro, Puyol, para, evidentemente, levantar a taça de campeão. É preciso fazer um adendo aqui, pois o Puyol só estava na reserva devido ao retorno do lateral esquerdo Abidal, que há um mês e meio havia operado de um câncer no fígado. Veja abaixo o dia em que Abidal retornou ao time, na semifinal contra o Real Madrid, e a comemoração da torcida e, principalmente, dos jogadores pelo seu retorno.

Mas, voltando à partida do último sábado, o Puyol entrou em campo e logo pegou a braçadeira de capitão. Este fato já estava sendo muito honroso, pois o técnico fez questão de reverenciar o Puyol, mesmo não tendo jogado a final, oferecendo a ele a oportunidade de levantar a taça e comemorar o título com os companheiros.

No entanto, algo surpreendeu a todos no momento em que os jogadores se encaminhavam para receber as medalhas e a taça. Como de costume, o capitão é sempre o último da fila e, neste caso, seria o Puyol. Mas, quando as câmeras flagraram os últimos da fila, o Puyol estava em penúltimo e não em último. E, agora, adivinha quem era o último da fila, o eleito pelo Puyol e pelo time a levantar a taça? Nada mais nada menos que Eric Abidal, o homem que surpreendeu a todos voltando a jogar apenas 40 dias depois de uma cirurgia de câncer - os médicos diziam que ele retornaria a campo somente em 2012.

Pela sua coragem e determinação, Abidal se tornou o símbolo da conquista da Liga dos Campeões e teve a honra, que poucos têm, de levantar a mais cobiçada taça de campeão da Europa. E, é nessas horas que a gente pensa: nem tudo está perdido.


Exemplo brasileiro

Já aqui no Brasil, dias desses eu li que o ex-jogador do São Paulo e da Seleção Brasileiro, Muller, estava morando de favor na casa do também ex-jogador do São Paulo, o lateral direito Pavão. Veja a matéria sobre essa história: Muller em dificuldades está morando de favor.

E, pra terminar o meu sábado de surpresas no futebol, à noite fui assistir ao compacto de São Paulo e Figueirense e me surpreendi quando me dei conta que o comentarista da partida era o próprio Muller. Pois é, nem tudo está perdido parte dois. O futebol também nos dá bons exemplos de vida.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

15 dias ou mais

Já que fui acometido por uma lesão de natureza leve-grave (ou seria grave?) na coluna vertebral, fui receitado pelo meu ortopedista, especialista em coluna, a ficar 15 dias de atestado médico e, 15 dias de repouso total. Remédios para tirar a dor, travesseiros, edredons, cama e uma linda namorada para me avisar dos horários dos remédios, me fazer almoço, jantar, café da tarde e me mimar.
O bom é que dá pra fazer uns stencils depois com o raio-x.*

E é nessas horas ruins que somos encharcados de demonstrações de carinho dos familiares, amigos e colegas de trabalho. Uma simples ligação e/ou mensagem via mídias sociais, já aumentam em porcentos a minha recuperação.

Para tentar se livrar do tédio e não pular da janela do terceiro andar (se é que eu conseguiria, com tantas dores nas costas), aumentei o pacote da SKY, separei alguns livros para ler e ando mixiricando em tudo o que é coisa na internet. Enfim, acabei viciando em um programa da Discovery Channel chamado “Pesca Mortal”; já assisti uns 15 jogos de futebol nestes quatro primeiros dias – Paraná x Portuguesa, Palmeiras x Botafogo, Argentina x Paraguai, Santos x Cerro Porteño, Peñarol x Velez Sarsfield, e muitos outros. Ah, também já assisti um par de filmes, entre eles o Ilusionista, com Edward Norton.

E, agora que recebi orientação médica para ficar um pouco sentado (com travesseiros às costas), estou devorando o livro “Sexus” (o primeiro da trilogia que tem na sequencia “Plexus” e “Nexus”) de um dos meus escritores favoritos, bohêmio-ninfomaníaco-pobrecoitado-inteligente-e-bonvivant, Henry Miller. “Era estranho que eu fosse pobre, pois me comportava como um rico”, ou “Se uma mulher é capaz de inspirar amor a um homem, ela será capaz de inspirar amor a outros”. Gênio. Recomendo.

Henry Miller, nem a primeira, nem a última citação deste blog. Sou fã!

Bom, ficar em casa, sem poder sair é algo meio alucinante, pois o cérebro não para de trabalhar um segundo e vai de zero a cem a todo instante. Tipo a alucinação de um louco. Estar só é amedrontador; estar numa cama sem poder sair, é amedrontador. No fim das contas, a sorte é que não estou só.


* Vale a pena conhecer Banksy, um dos maiores artistas de rua da nossa geração.

No Tears

Tristeza No peito dos outros Não chora