Naquele dia em que ele foi obrigado a confessar
Choveu dores no peito e lágrimas sobressalentes em seus olhos
Jamais pensou em ter que optar pela vida ou pela verdade
Sofrera como jamais havia sofrido
Relembrou de velhos códigos, estratégias, conversas secretas
Das ameaças e das fugas
Das batalhas e das intrigas internas da guerilha
Sonhou em não estar ali naquele lugar
Fechou os olhos e se imaginou longe, bem longe
Que aquela arma na sua cabeça era apenas mais um dos rigorosos pesadelos que era acometido desde aqueles tempos idos
Abriu os olhos vagarosamente, querendo não enxergar o coturno embarrado a sua frente
Milímetro a milímetro os olhos foram se abrindo e o coturno sendo desvendado
Não era um sonho, não era um pesadelo. Era a dura realidade.
A vida ou a morte?
Não confessar e morrer?
Confessar e ser um sobrevivente vexatório?
Muitas perguntas lhe acometiam a mente. Ele tremia. Devia estar pálido, com os olhos fundos.
A última pergunta. O saco na cabeça seguido de uma coronhada. O último berro do general. O engatilhar da arma.
- Eu confesso.... eu confesso... pelo amor de Deus....
quarta-feira, 18 de junho de 2008
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