quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Dia (de) clássico

No domingo de manhã o marido já acorda brigando com a mulher. – Puta merda, me fez levantar essa hora no domingo pra ir à feira, não sabe que eu trabalho a semana toda. Ontem foi um dia corrido, você mesmo viu. Não podia me dar uma folga um domingo pelo menos e me deixar dormir até tarde. Todo domingo a mesma coisa...

E a ladainha continuava. Não parava de falar sequer um minuto. A mulher entristecida a essas alturas já se sentia culpada, mas também não queria voltar atrás, pois era o programa de domingo que haviam combinado deste o início da semana. Orgulhosa que só ela começou a discutir também. – É amor, você é cheio dessas histórias, mas esquece que você mesmo tinha dito que iria comigo na feira, agora não vem dizer que a culpa e minha.

E a discussão se estendia e parecia não ter fim. Na feira, o marido ficou encostado no carro enquanto a mulher, de cara emburrada, escolhia umas frutas frescas e algumas leguminosas. Demorou cerca de 20 minutos e quando chegou ao carro o marido nem sequer abriu o porta-malas para guardar os produtos e ainda reclamou: - Que puta demora heim...

A mulher irritadíssima meio que esbravejou: - Vá à merda... e eu vou almoçar na minha mãe.

O marido, sem dizer uma palavra, entrou no carro e partiu em direção a casa da sogra. Era tudo o que ele queria: se livrar da mulher, pois domingo é dia de futebol e com ela em casa a briga pelo controle remoto é grande.

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No Tears

Tristeza No peito dos outros Não chora